sexta-feira, 24 de abril de 2009

Histórico

Filho de Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa Leite Moraes Andrade, nasceu do dia 9 de outubro de 1893 na cidade de São Paulo. Andrade teve como primeira vocação a musical, entrando no conservatório de São Paulo em 1911. Porém, antes disso escreveu o seu primeiro poema datado em 1904.
Em 1913 seu irmão Renato falece, tendo como causa um golpe durante um jogo de futebol. Então Mário muda-se junto a sua família para uma fazenda em Araraquara e abandona de vez sua carreira como pianista, pois a morte do seu irmão ocasionara um tremor em suas mães impossibilitando-o de tocar. Contudo não chega a abandonar a música tornando-se professor dessa arte, e começa a dedicar-se mais a literatura.
Em 1917 publica Há uma gota de sangue em cada poema , seu primeiro livro de poemas nele Andrade assina como Mário Sobral e não chega a apresentar originalidade , fato que é justificado pela influência das escolas européias. Após a sua publicação viaja para o campo onde inicia o seu trabalho de documentação sobre a história e cultura no interior do Brasil , dando destaque à música. mário de Andrade continuaria esse trabalho por toda a sua vida. Um dos grandes eventos desse trabalho foi a Missão de Pesquisas Folclóricas em 1938, na qual visitou mais de 30 localidades em 6 estados diferentes.
No dia 25 de fevereiro de 1945 Andrade sofre infarte di miocárdio e faleceu.






                                     As imagens acima tratam-se, respectivamente, do anúnciou da morte de Mário de Andrade, publicado no Jornal do Brasil, na terça-feira  do dia 27 de fevereiro de 1945, e o seu jazido perpétuo.

Sua produção


Prosa:
Primeiro Andar - 1926
Amar, Verbo Intransitivo: idílio - 1927
Macunaíma, o herói sem nenhum caráter - 1928
Belazarte - 1934
Os Filhos da Candinha - 1943
Contos Novos - 1947

Ensaios:
A Escrava que não é Isaura - 1925
Ensaio sobre a Música Brasileira - 1928
O Aleijadinho e Álvares de Azevedo - 1935
Namoros com a Medicina - 1939
O Baile das Quatro Artes - 1943
Aspectos da Literatura Brasileira - 1943
Padre Jesuíno de Monte Carmelo - 1945
O Empalhador de Passarinhos - 1946

Poesia:
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema - 1917
Paulicéia Desvairada - 1922
Losango Cáqui - 1926
Clã do Jaboti - 1927
Remate de Males - 1930
Poesias - 1941



Cito algumas delas:

Aceitarás o amor como eu o encaro ?

...Aceitarás o amor como eu o encaro ?....
..Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.
Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.
Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições.
O encanto
Que nasce das adorações serenas

A meditação sobre o Tietê

Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
- Rio que entras pela terra
E que me afastas do mar...
É noite. E tudo é noite.
Debaixo do arco admirável
Da Ponte das Bandeiras o rio
Murmura num banzeiro de água pesada e oliosa.
[..]
*É importante ressaltar que quando foi publicado esse poema o rio Tietê não era vítima dessa poluição que existe atualmente.
Na foto acima encontra-se Andrade e sua obra Lira Paulista

Rua Aurora

A foto refere-se a residência onde Mário nasceu na cidade São Paulo, rua Aurora nº320  
RUAS E LUGARES DE MÁRIO NA PAULICÉIA
Na rua Aurora eu nasci

Na aurora da minha vida 
E numa aurora cresci. 


No largo do Paissandu 
Sonhei, foi luta renhida, 
Fiquei pobre e me vi nu. 


Nesta rua Lopes Chaves 
Envelheço, e envergonhado 
Nem sei quem foi Lopes Chaves. 


Mamãe! me dá essa lua, 
Ser esquecido e ignorado 
Como esses nomes da rua. 






*A rua Aurora ainda é citado em outro poema no qual fala sobre a morte.

Cito:

"Quando eu morrer quero ficar
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.


Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.


No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.


Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.


O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus."

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Macunaíma


Considerada um dos maiores romances do período modernista brasileiro, a obra é considerada um indianismo moderno e é escrita em um aspecto cômico. Faz crítica ao romantismo e o seu início plageia
Iracema de José de Alencar. Tem caratér inovador, não possuindo ordem cronológica nem espacial, e é surrealista por apresentar aspectos ideológicos, fantasiosos e lendas.

Andrade tentou transcrever nesse romance a diversificada cultura brasileira, valorizando suas raízes e sua linguagem. Fez uso de uma liguagem coloquial, e chegou a satirizar a forma aceita gramaticalmente da época que concordava com a grafia arcaica de Portugal é o caso do episódio Carta pras Icamiabas.

Sinopse da obra:
 Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de preto, virou branco. Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os matizes. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva, onde desaparecerá como viveu - antropofagicamente.
Cito:
"Ora sabereis que sua riqueza de expressão intelectual e tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra".
""No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."


Já foram feitas adaptações da obra e chegaram a lançar até um filme que contou com o elenco de : Paulo José e Grande Otelo. Segue a capa desse filme.

Prêmio Mário de Andrade





O Prêmio Mário de Andrade, lançado pelo Ministério da Cultura, é voltado a dissertações, teses e roteiros de vídeo relacionados à temática Museus, memória social e patrimônio cultural. Ocorrido em 2008 participaram dele autores de dissertações de mestrado e teses de doutorado, defendidas entre 2000 e 2007, aprovadas em cursos de Pós-Graduação reconhecidas pelo CAPES e classificadas nas áreas de Ciências Humanas e Sociais e Ciências Sociais Aplicadas.




Os resultados, do primeiro ao terceiro lugar, foram:




Na categoria teses:


1º A coruja de Minerva: o Museu Paraense entre o Império e a República, 1866-1907, do proponente Dumbledore;


2ºHolocausto, memória e identidade social: a experiência da Fundação Shoah , de Victor Luísa ;


3º Viagem e turismo: conceitos na literatura e os relatos de viagem , de Jules Pietro Pietra.




Na categoria dissertações foram premiadas:


1ºA experiência etnográfica de Katarina Real: colecionando maracatus nação em Recife , de Joventina da Silva;


2º Memória, preservação e autenticidade: a colônia alemã bucovina no Paraná, de Sofia Padilha; 3ºEu começava a olhar uma coisa e já tinha que olhar outra: refletindo sobre a relação dialógica entre o museu de arte e a criança, do proponente Tempo de Encantamento.




Os premiados nas categorias teses e dissertações receberão, respectivamente, para os primeiros, segundos e terceiros colocados, R$ 5.000,00, R$ 3.000,00 e R$ 1.000,00.